Financeirização e governança corporativa: Um estudo sobre a estrutura de controle das empresas não-financeiras do Novo Mercado da BM&FBovespa.

  • Bernardo Pádua Jardim de Miranda Universidade Federal de Alfenas
  • Marco Aurélio Crocco BDMG e Professor da FACE/UFMG
  • Fabiana Borges dos Santos Pesquisadora Cedeplar/UFMG

Abstract

O processo de financeirização tem afetado a governança das empresas não-financeiras, pois impõe a convergência das firmas ao modelo anglo-saxão de propriedade dispersa, maximizadora de riqueza ao acionista. Para entender como a financeirização tem afetado a governança das empresas não-financeiras deve-se conhecer sua estrutura de propriedade e controle. O objetivo deste artigo é apresentar a estrutura de controle das empresas nãofinanceiras do Novo Mercado (NM) da BM&FBovespa no ano de 2012. A amostra é composta por 118 empresas não-financeiras e, a estrutura de controle foi aberta para trás até encontrar o último e os três últimos acionistas. Os resultados mostraram que as famílias e os indivíduos são os principais acionistas, mas houve um aumento da participação dos investidores institucionais, bem como uma redução na concentração do controle da propriedade. Palavras-chave: Financeirização, Governança Corporativa; Controle da Propriedade.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Bernardo Pádua Jardim de Miranda, Universidade Federal de Alfenas
Professor Adjunto do ICSA/UNIFAL-MG e doutor em Economia pelo Cedeplar/UFMG.

References

AGLIETTA, M. (2000), “Shareholder Value and Corporate Governance: some tricky questions.” Economy and Society, v. 29, n. 1, p.146-159.

AKYUZ, Y e GORE, C. (1996), “Profits Nexus in East Asian Industrialization.” World Development, v.24, n.3, p.461-470.

ALDRIGHI, D. M. e MAZZER NETO, R. (2005), “Estrutura de Propriedade e Controle das Empresas de Capital Aberto no Brasil.” Revista de Economia Política, v.25, p.115-137.

ALDRIGHI, D. M. e MAZZER NETO, R. (2007), “Evidências sobre as Estruturas de Propriedade de Capital e de Votos das Empresas de Capital Aberto no Brasil.” Revista Brasileira de Economia, v.61, p.129-152.

ALMEIDA, H. V. e WOLFENZON, D. (2006), “A Theory of Pyramidal Ownership and Family Business Groups”. The Journal of Finance, v.61, n. 6, p.2637-2680.

ATTÍLIO, L. A. (2016), Empresas Não-Financeiras e o Impacto da Estratégia Maximizing Shareholder Value Sobre o Emprego no Brasil. (Dissertação de mestrado em Economia) Cedeplar/UFMG, 104p.

BECKER, J.; JAGER, J.; LEUBOLT, B. e WEISSENBACHER, R. (2010), “Peripheral Financialization and Vulnerability to Crisis: a regulationist perspective.” Competition and Change, v.14, n.3-4, p.225-247.

BELLUZZO, L. G. e ALMEIDA, Júlio Gomes, (2002), Depois da Queda. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 412p.

BERLE, A. A. e MEANS, G. C. (1932), The Modern Corporation and Private Property. New York: Macmillan. 332p.

BOYER, R. (2000), “Is a Finance-Led Growth Regime a Viable Alternative to Fordism? A Preliminary Analysis.” Economy and Society, v. 29, n. 1, p.111-145.

BOYER, R. (2009), Teoria da Regulação: os fundamentos. São Paulo: Estação Liberdade, 156p.

BONIZZI, B. (2013), “Financialization in Developing and Emerging Countries.” International Journal of Political Economy, v.42, n.4, p.83-107.

BRUNO, M. e CAFFÉ, R. (2015), “Indicadores Macroeconômicos de Financeirização: metodologia de construção e aplicação ao caso do Brasil.” IN: BRUNO, M. (org.), População, Espaço e Sustentabilidade Contribuições para o desenvolvimento do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, p.35-61.

BRUNO, M.; DIAWARA, H; ARAÚJO, E.; REIS, A. C. e RUBNES M. (2011), “Finance-Led Growth Regime no Brasil: estatuto teórico, evidências empíricas e consequências macroeconômicas.” Revista de Economia Política, v.31, n.5 (125), p.730-750.

CANO, W. (1999), “América Latina: do desenvolvimento ao neoliberalismo.” In: FIORI, J.L. (org). Estados e moedas no desenvolvimento das nações, 2. ed. Petrópolis: Vozes, p. 287 – 326.

CARNEIRO, R. (2002), Desenvolvimento em Crise: a economia brasileira nos último quarto do século XX. São Paulo, Editora Unesp, 423p.

CHANG, Ha-Joon (2005), “Global Standards and the Future of East Asian.” Global Economic Review, v.34, n.4, p.363-378.

CHESNAIS, F. (1994[1996]), A Mundialização do Capital. São Paulo: Xamã Editora, 335p.

CHESNAIS, F. (2004[2005]), “O Capital Portador de Juros: acumulação, internacionalização, efeitos econômicos e políticos.” In: CHESNAIS, F. (org.) A Finança Mundializada, São Paulo, Editora Boi Tempo, p.35-67.

CIOFFI, J. W. (2010), Public Law and Private Power: corporate governance reform in the age of finance capitalism. New York: Cornell University Press, 287p.

COFFEE JR. J. C. (2001), “The Rise of Dispersed Ownership: the tole of law in the separation of ownership and control.” The Yale Law Journal, v.111, n.1, p.1-82.

CORRÊA, M. F.; LEMOS, P. M. e FEIJÓ, C. (2017), “Financeirização, Firmas não financeiras e o Ciclo Econômico Recente da Economia Brasileira.” In: XXII Encontro Nacional de Economia Política, Campinas, Unicamp, 25p.

COUTINHO, L; BELLUZZO, L. G., (2004), ““Financeirização” da riqueza, inflação de ativos e decisão de gastos em economias abertas.” In: FERRARI FILHO, F.; PAULA, L. F de (org.), Globalização Financeira: ensaios de macroeconomia aberta. Petrópolis: Vozes, p.59-105.

COUTINHO, L.; RABELO, F. M., (2003), “Brazil: keeping it in the Family.” In: OMAN, C. P (Org.), Corporate Governance in Development: the experiences of Brazil, Chile, India, and South Africa. OECD Development Center; Washington: Center for International Private Enterprise, p.35-75.

CRESPI-CLADERA, R.; GARCIA-CESTONA, M. A. (1999), “Ownership and Control: a Spanish survey.” Working Paper, n. 23.99, 42p.

CROTTY, J. (2003), “The Neoliberal Paradox: the impact of destructive product market competition and impatient finance on nonfinancial corporations in the neoliberal era.” Review of Radical Political Economics, v. 35, n. 3, p.271-279.

CUETO, D. C. (2013), “Substitutability and Complementarity of Corporate Governance Mechanisms in Latin America.” International Review of Economic and Finance, v. 25, p.310-325.

DAVIS, L. E. (2013), “Financialization and the nonfinancial corporation: an investigation of firm-level investment behavior in the U.S., 1971-2011.” Working-Paper University of Massachusetts, n. 2013-08, 25p.

DUMÉNIL, G. e LÉVY, D. (2001) “Costs and Benefits of Neoliberalism. A Class Analysis.” Review of International Political Economy, v.8, n.4, p.578-607.

EVANS, J.; HABBARD, P. (2008), From Shareholder Value to Private Equity: the changing face of financialisation of the economy. Paris: TUAC, 13p.

FILLETTI, J. P. (2010), Financiamento de empresas não-financeiras de capital aberto: proposição de uma abordagem quantílica. Tese (Doutorado em Economia Aplicada) – IE, Unicamp, 156p.

FLATH, D. Horizontal (1992), “Shareholding Interlocks.” Managerial and Decision Economics, vol.13, n.1, p.75-77.

FRENKEL, R.; FANELLI, J. M. (1995), “Estabilidad y Estructura – Interacciones en el crescimento econômico.” In: KATZ, J. M. (Org.) Estabilización macroeconômica, reforma estructural y comportamento industrial. [s.l.]: Cepal/IDRC/Aliança Editorial, p.25-41.

FRIEDMANN, E.; JOHNSON, S. e MITTON, T. (2003), “Propping and Tunneling.” NBER Working Paper, n. 9949, Cambridge, 40p.

GERLACH, M. L. (1992), Alliance Capitalism: the social organization of Japanese business. Berkeley University California Press, 350 p.

GORGA, E. (2009), “Changing the Paradigm of Stock Ownership from Concentrated Towards Dispersed Ownership? Evidence from Brazil and consequences for emerging countries.” Northwestern Journal of International Law and Business, v. 29, n. 2, p.439-551.

IBGC (2009), Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), São Paulo, 72p.

JENSEN, M. C. e MECKLING, W. (1976), “Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure.” Journal of Financial Economics, v.3, n.4, p.305-360.

JOHNSON, S.; LA PORTA, R.; LOPEZ-DE-SILANES, F. e SHLEIFER, A. (2000), “Tunnelling.” NBER Working Paper, n.7523, 13p.

KRUEGER, A. O. (2002), “Why Crony Capitalism is Bad for Economic Growth.” In: HABER, S. (ed.). Crony Capitalism and Economic Growth in Latin America: theory and evidence. Stanford: Hoover Institution Press. p.1-23.

LA PORTA, R.; LOPEZ-DE-SILANES, F; SHLEIFER, A. (1999), “Corporate Ownership Around the World.” The Journal of Finance, v.49, n.2, p.471-517.

LAZONICK, W. (2012), “Financialization of the U.S. Corporation: what has been lost, and how it can be regained.” MPRA Paper, n. 42307, 37p.

LAZONICK, W. e O’SULLIVAN, M. (2000), “Maximizing Shareholder Value: a new ideology for corporate governance.” Economy and Society, v.29, n.1, p.13-35, 2000.

LIPIETZ, A. (1984), “As Transformações na Divisão Internacional do Trabalho: considerações metodológicas e esboço de teorização”. Espaço e Debates, v.4, n.12, p.66-94.

MAHER, M. e ANDERSSON, T. (1999), Corporate Governance: effects on firm performance and economic growth.[s.l.]:OECD, 51p.

MOREIRA, M. M. e PUGA, F, P. (2001), “Como a Indústria Financia seu Crescimento? Uma Análise do Brasil Pós-Real.” Revista de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, v.5, n. especial, p.39.

OCDE (2004), OCDE Principles of Corporate Governance. Paris: OCDE, 69p.

ORHANGAZI, O. (2007), “Financialization and Capital Accumulation in the Non-Financial Corporate Sector: a theoretical and empirical investigation of the U.S. economy: 1973-2003.” Working Paper, PERI, n.149, 40p.

PALLEY, T. (2013), Financialization: The economics of finance capital domination. Nova York, Palgrave Macmillan, 233p.

PEREIRA, T. R. (2000), “Formação de Preços e Financiamento Empresarial entre os anos de 80 e 90 na Economia Brasileira.” Economia e Sociedade, v.9, n.1, p.89-126.

PLIHON, D. A. (2004[2005]), “As Grandes Empresas Fragilizadas pelas Finanças.” In: CHESNAIS, F. (org.) A Finança Mundializada, São Paulo, Editora Boi Tempo, p.133-151.

PRATES, D. M. (1997), Abertura Financeira e Vulnerabilidade Externa a Economia Brasileira na Década de Noventa. Dissertação (Mestrado), Unicamp, Campinas, 1997, 192p.

PROWSE, S. D. (1992), “The Structure of Corporate Ownership in Japan.” The Journal of Finance, v. 47, n. 3, p.1121-1140.

RICHARDSON, G. B. (1972), “The Organisation of Industry.” The Economic Journal, v.82, n.32, p.883-826.

SHLEIFER, A. e VISHNY, R. W. (1996), “A Survey of Corporate Governance.” NBER Working Paper, n. 5554, Cambridge, 1996. 69p.

SINGH, A. (1995), “Corporate Financial Patterns in Industrializing Economies.” International Finance Corporation, Washington: Technical Paper, n. 2, 75p.

SINHG, A.; SINGH, A.; WEISSE, B. (2002), “Corporate Governance, Competition, the New International Financial Architecture and Large Corporations in Emerging Markets.” ESRC Working Paper, University of Cambridge, n.250, p.68.

SIQUEIRA, T. V. (1998), “Concentração de Propriedade nas Empresas Brasileiras de Capital Aberto.” Revista do BNDES, Rio de Janeiro, 24p.

STOCKHAMMER, E. (2004), “Financialization and the Slowdown of Accumulation.” Cambridge, v. 28, n.5, p.719-741.

STOCKHAMMER, E. (2010), “Financialization and the Global Economy.” UMASS Working Paper Series, n. 240, 17p.

TAVARES, M. C. e MELIN, L. E. (1998), “Pós-escrito 1997: a reafirmação da economia americana.” In: TAVARES, M. C.; FIORI, J. L. (Org.). Poder e Dinheiro: uma economia política da globalização. São Paulo, Editora Vozes, p.55-86.

THOMSEN, S.; PEDERSEN, T. (1997), “European Ownership Concentration: causes and consequences.” Working Paper, Frederiksberg: Institute of International Economics and Management, p. 97.

WEIB, C. (2010), The Ownership Concentration of Firms: three essays on the determinants and effects. Tese (doutorado), European Business School, 164p. Disponível em: http://hdl.handle.net/10419/30247.

WILLIAMSON, O. (1985), The Economic institutions of capitalism: firms, markets, relational contracting. New York: The Free Press.

WOLFENZON, D. A. (1999), “Theory of Pyramidal Ownership.” Havard University Working Paper, Chicago, 1999. 46p.

ZONENSCHAIN, C. N. (1998), “Estrutura de Capital das Empresas no Brasil.” Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, 23p

Published
2017-08-12
How to Cite
Miranda, B. P. J. de, Crocco, M. A., & Santos, F. B. dos. (2017). Financeirização e governança corporativa: Um estudo sobre a estrutura de controle das empresas não-financeiras do Novo Mercado da BM&FBovespa. Brazilian Keynesian Review, 3(1), 75-94. https://doi.org/10.33834/bkr.v3i1.100
Section
Articles